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06/04/2013

O passe é uma terapêutica Espirita? Por que?



                  Eis um assunto simples mas que irá causar um determinado asco aos ditos conservadores por sistema com a abordagem direta e sem proselitismo feita neste texto.Em resposta a primeira pergunta e em primeiro momento digo NÃO, o passe não é uma terapia Espirita, é uma terapia apropriada pelo Espiritismo da doutrina irmã Magnetismo.
                 Sua utilização inicial surgiu com o desenvolvimento do Magnetismo Animal, usufruíram em larga escala desta metodologia para curas diversas e toques hipnóticos os magnetistas a saber em sua base: Mesmer, Puysegur, Du Potet, Lafontaine, Deleuze, Charcot, Kardec, José Maria Colavida, Cel. Albert de Rochas, Alphonse Bué entre outros.


                Kardec como desenvolvedor e observador da Doutrina Espirita logo percebe algo mais além da capacidade do magnetista e suas técnicas, com referencia a isso ``este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o uso de qualquer medicação". (L. M. Cap. Xiv - 175 - 2 Parte). Percebe que algumas pessoas dotadas do mesmo potencial, porem sem conhecimentos técnicos e até mesmo desconhecendo a existência do magnetismo efetuavam curas e a isso atribui na questão, 176, do capítulo mencionado,
"Pergunta - Podem considerar-se as pessoas dotadas de força magnética como formando uma variedade de médiuns?
Resposta - Não há que duvidar.
Pergunta - Entretanto, o médium é um intermediário entre os Espíritos e o homem; ora, o magnetizador, haurindo em si mesmo a força de que se utiliza, não parece que seja intermediário de nenhuma potência estranha.
Resposta - É um erro; a força magnética reside, sem dúvida, no homem, mas é aumentada pela ação dos Espíritos que ele chama em seu auxílio... ele aumenta a tua força e a tua vontade, dirige o teu fluido e lhe dá as qualidades necessárias".
                  Quanto a isso já esta bem assinalado nas obras básicas do Espiritismo, a eficiência do passe, seus aspecto psicológico, fisiológico, sua ação direta no perispírito, a força de vontade do médium e a potencialização dos espíritos a sua volta, mas sem nunca esquecer que o próprio ser humano possui essa energia atuante em seu organismo. Independente de querer convencer se é licito ou não, se é físico ou espiritual, nosso objetivo é sem duvida esclarecer de forma que quando alguém disser isso é ou não é espirita as pessoas tenham ferramentas intelectuais para analisar por si mesma os por quês de determinadas opiniões.
                  Historicamente falando não da para precisar uma data em que foi introduzido o passe no Brasil da forma como ele é hoje aplicado nas casas, mas temos indicativos de que sua introdução ocorreu através de Edgar Armond ao instituir os diversos tipos de tratamentos conhecidos como P1, P2, P3 ... passes com gesticulações sincréticos ao trabalho dos magnetizadores, com exceção dos nomes ou tipos criados, foram tirados das imagens fornecidas por Mesmer.

                  Não existe consenso doutrinário sobre essa questão, o que existe é um movimento conservadorista, mas não o conservadorismo ao qual se protege a essência doutrinária e sim a personalidade egoica do ser humano, ou como ocorre na maioria dos casos desconhecimento do agente humano do passe o ``PASSISTA´´, abaixo segue um video interessante extraído do youtube, onde o Sr. Divaldo P. Franco explica e exemplifica sobre o passe mas que também não agrega valor além do tradicional `` a espiritualidade sabe o que faz´´ tipico da falta de interesse e compromisso com uma atividade que deveria ser levada mais a sério dentro das casas espiritas:


Video na integra: http://www.youtube.com/watch?v=H2k5CxxWyRI&feature=related
                  Com o passar do tempo e com a abordagem de diversos personagens do Espiritismo, chegou-se ao senso comum de se utilizar apenas a imposição das mãos, Herculano Pires lembra-nos que “o passe nasceu nas civilizações da selva, como um elemento da magia selvagem, um rito das crenças primitivas”. E afirma que o passe espírita não é outra coisa senão a imposição das mãos, consoante ensinado e usado por Jesus. Como sempre medidas extremadas e urgentes para evitar um maior sincretismo além do já existente.
                  Esse fato é de suma importância ressaltar pois reflete nas palavras de Herculano Pires, ``autor de importância inquestionável a Doutrina Espirita´´ um extremo senso religioso ao qual traduz como impotente a ação de qualquer ser humano entregando a responsabilidade unicamente a salvação mistica cristã em Jesus.
                  A questão maior em minha opinião nem é essa do passe ser ou não uma terapia Espirita, mas além deste sincretismo refletir dos por quês determinadas ideias foram implantadas no seio espirita? E ai entramos na questão maior da abordagem pois, além de não ser uma terapêutica Espirita mas sim apropriada pelos espiritas se tornou uma forma velada de hegemonia. O objetivo da doutrina Espirita não é o proselitismo e não faz com que as pessoas abjurem suas crenças em seu beneficio, isso ocorre naturalmente com o desenvolvimento cultural do ser, porem infelizmente algumas ideias são ilicitamente e veladamente impostas pela fragmentação de informações proporcionada pelo próprio meio, e isso infelizmente ocorre devido ao orgulho ou a ansiedade desmedida de se fazer algo progredir.
                  A educação imposta nas casas Espiritas é de que não se pode dar passes fora da casa Espirita, que ali é o local seguro isolado das ações perniciosas de obsessores cruentos havidos de se apropriar da boa vontade do passista, com isso criou-se a cultura do ir até a casa espirita para tomar passes o que infelizmente `` desculpem os mais simplórios ´´ não passa de placebo pois a ação espiritual atuante durante as palestras é muito mais eficaz do que os 90 segundos da câmara de passe, que alias diga-se de passagem para aqueles que chegam ao final das palestras pelo Passe apenas obtêm apenas a impressão psicológica, pois o conceito moral que poderia de fato lhe auxiliar com os assuntos abordados ficou para trás.
                  Chego a seguinte conclusão, a imposição do passe na casa espirita somente, só pode ser uma atitude que objetiva encher as casas, pois se não fosse o fator visual de impacto do momento do passe as casas estariam vazias.
                  Vocês sabiam que existem livros na FEB que não são mais editados e que não saem de seu poder? Por exemplo: (Magnetismo Curador, Alphonse Bué)
                  Mas a grande questão é seria um PARADIGMA o passe dentro da doutrina Espirita de fato? Pense você mesmo, pois já possui indicativos suficientes para ter autonomia, liberdade, e sair das mãos alheias a menos que não queira.


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