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06/04/2013

O magnetismo, o sonambulismo e o espiritismo.

"Qualquer verdade passa por três estágios:Primeiro, é ridicularizada.Segundo, é violentamente combatida,Terceiro, é aceita como óbvia e evidente." Arthur Schopenhauer

                 1 - O proposito deste texto,nem de longe é estabelecer verdades e muito menos trazer algo novo ,pois tudo que aqui será exposto já foi largamente discutido na história do magnetismo com autores revivendo revisando e experienciando os fatos narrados., porem ,forçoso é repetir passos já trilhados como forma de florescer pensamentos e estabelecer concordância logica com o ensino dos Espíritos em todo o legado de Kardec.
                 Essa concordância só pode ser alcançada individualmente quando nos pre dispomos a reconstruir conceitos existentes desde eras remotas de nossa experiência terrena, experiências ANÍMICAS que se fixam em nosso comportamento em forma de traumas aprisionantes ou impulsionadores do crescimento.Muitos destes traumas passam desapercebidos durante toda uma existência pelo simples fato de serem tão comuns a nossa personalidade congênita que só conseguimos reagir quando estimulados e essa reação é sempre conveniente a nossa necessidade caso não estivermos aptos a reavaliar posturas e tais posturas podem estar ligadas a ortodoxia , medo de errar novamente ( culpa estimuladora de vários problemas no decurso da vida ).
                 Aborda a naturalidade com que os recursos magnéticos podem e devem ser utilizados em beneficio do próximo em sua variada forma de aplicação deixando de ser reducionista segundo o ponto de vista tacanho de grupos espiritas apegados aos próprios conceitos esquecendo-se do codificador como base solida e responsável da pratica Espirita que é apenas uma parcela do todo Universal.

Como fonte inicial das analises utilizaremos as Revistas Espiritas ( 1858 à 1869 )

``...O que já não se fez e disse contra o magnetismo! Entretanto, todos os raios lançados contra ele, todas as armas com que foi ferido, mesmo o ridículo, esboroaram-se ante a realidade e apenas serviram para colocá-lo ainda mais em evidência.É que o magnetismo é uma força natural e, perante as forças da Natureza, o homem é um pigmeu, semelhante a cachorrinhos que ladram inutilmente contra tudo que os possa amedrontar´´. ( REVISTA ESPÍRITA, Jornal de Estudos Psicológicos, ANO I JANEIRO DE 1858 N° 1, p. 21, Introdução )
Se essa frase tivesse sido dita por mim seria no mínimo agressiva,pois o Anselmo as vezes é considerado ácido, ou quase sempre, mas não, não foi escrita por mim. Mas o objetivo não é ficar ironizando pois tudo aqui tratado sairá das obras de Kardec, e aceitar ou não a utilização como forma terapêutica é uma posição intima e intransferível e tudo que deixarmos de utilizar sendo conhecedores das ferramentas disponíveis refletira em nosso compromisso como dirigentes em casas Espiritas, posso até me arriscar a comparar tal situação com a Parábola dos Talentos, tão utilizada em palestras, mas continuamente sendo esquecida na sua aplicação em alguns casos específicos.
                 Ora, a força que se revela no fenômeno das manifestações, seja qual for a sua causa, está na Natureza, da mesma forma que o magnetismo, e não poderá ser exterminada, como a força elétrica também não o será. O que importa é que seja observada e estudada em todas as suas fases, a fim de se deduzirem as leis que a regem. Se for um erro, uma ilusão, o tempo fará justiça; se, porém, for verdadeira, a verdade é como o vapor: quanto mais se o comprime, tanto maior será a sua força de expansão, ( REVISTA ESPÍRITA, Jornal de Estudos Psicológicos, ANO I JANEIRO DE 1858 N° 1, p. 22, Introdução )
                 Kardec se reporta é claro a todas as fazes das manifestações medianímicas e não podemos esquecer que em cada manifestação medianímica existe uma infinidade de variações são tantas que impossível se anotar todas as suas nuances com relação ao magnetismo vemos sua ação intensamente a nossa volta e nas coisas mais corriqueiras, com relação a isso podemos inferir junto a nossa reflexão o livro ( Xavier,Francisco Cândido, Mecanismos da Mediunidade, cap. 16 Fenômeno Magnético da Vida Humana, p.115 ). No decorrer desta publicação vamos introduzindo variadas obras sem perder a referencia das obras básicas do Espiritismo facilitando de certa forma a busca do assunto para os leitores.
                 Quando apareceram os primeiros fenômenos espíritas, algumas pessoas pensaram que essa descoberta – se podemos aplicar-lhe esse nome – ia desfechar um golpe fatal no magnetismo e que
com ele ocorreria o mesmo que aconteceu com as demais invenções: a mais aperfeiçoada faz esquecer a precedente. Tal erro não tardou em dissipar-se e prontamente se reconheceu o parentesco dessas duas ciências. Ambas, com efeito, baseadas sobre a existência e a manifestação da alma, longe de se combaterem, podem e devem prestar-se um mútuo apoio: completam-se e se explicam uma pela outra.....Os adeptos do Espiritismo, ao contrário, são todos partidários do magnetismo; admitem sua ação e nos fenômenos sonambúlicos reconhecem uma manifestação
da alma...Nos primórdios de uma ciência ainda tão nova é muito natural que cada um, encarando as coisas do seu ponto de vista, haja formado uma ideia diferente...Esperamos que os partidários do magnetismo e do Espiritismo, mais bem inspirados, não deem ao mundo o escândalo de discussões tão pouco edificantes e sempre fatais à propagação da verdade, seja qual for o lado em que ela esteja. Podemos ter nossa opinião, sustentá-la, discuti-la; mas o meio de nos esclarecermos não é nos estraçalhando, procedimento sempre pouco digno de homens sérios e que se torna ignóbil se o interesse pessoal está em jogo
( REVISTA ESPÍRITA, Jornal de Estudos Psicológicos, ANO I JANEIRO DE 1858 N° 1, p. 148, MAGNETISMO E ESPIRITISMO )

                 A grande questão é que ainda com todas as informações contidas em Kardec muitos se posicionam contrários a essa ou aquela ideia de trabalho, existe um medo muito grande da mistura doutrinaria, mas me pergunto e fica aberto a respostas nos comentários do blog, medo de qual mistura se o objetivo dos cursos é formar pessoas conscientes e autônomas? Se existe essa formação, se existe todo um acompanhamento e treinamento por trás das instituições, assim formando médiuns aos borbotões todos os anos qual o medo de que pessoas ``educadas´´ mediúnica e moralmente façam trabalhos que estejam claramente vinculados a doutrina Espirita? Da minha parte só posso entender o seguinte. Que existe a consciência que falta algo nos cursos ou na formação de instrutores.Ou subestima-se a capacidade e autonomia do seu semelhante. Ao que parece em ambos os casos se trata de um circulo vicioso. Imaginem vocês se formando numa faculdade de Psicologia por exemplo e não podendo trabalhar por não te acharem aptos ou temerem desvios de sua conduta? Muito pelo contrario, existem péssimos profissionais atuando matando psicologicamente as pessoas criando dependentes de consultas infinitas com a única diferença que estão em seus domínios ou seja ``consultórios´´, assim como existem profissionais ruins em todas as áreas.Porem na casa Espirita não há a necessidade de mandar as pessoas constituírem seus consultórios pois ali há espaço para todos que desejem de fato atuar em beneficio do próximo na área doutrinaria que mais se  adaptar e com a vantagem de se ter um controle saudável dos resultados, sendo assim o que é bom, é bom e pronto, se ajudou em conscientização, sanou duvidas, eliminou a co-dependência  em tempo razoavelmente hábil não há o por quê sistematizar a própria opinião.
                 O magnetismo preparou o caminho do Espiritismo, e o rápido progresso desta última doutrina se deve, incontestavelmente, à vulgarização das ideias sobre a primeira. Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas não há mais que um passo; tal é sua conexão que, por assim dizer, torna-se impossível falar de um sem falar do outro. Se tivéssemos que ficar fora da ciência magnética, nosso quadro seria incompleto e poderíamos ser comparados a um professor de física que se abstivesse de falar da luz. Todavia, como entre nós o magnetismo já possui órgãos especiais justamente acreditados, seria supérfluo insistirmos sobre um assunto que é tratado com tanta superioridade de talento e de experiência; a ele, pois, não nos referiremos senão acessoriamente, mas de maneira suficiente para mostrar as relações íntimas entre essas duas ciências que, a bem da verdade, não passam de uma. ( REVISTA ESPÍRITA, Jornal de Estudos Psicológicos, ANO I JANEIRO DE 1858 N° 1, p. 149,MAGNETISMO E ESPIRITISMO  )
                 Finaliza então nosso benemérito codificador dando enfase aos ilustres precursores que,  ridicularizados e sustentando sua fé pelo amor ao ser humano visando sanar suas dores em detrimento de sua própria credibilidade, deixaram um alicerce tão sólido e cientifico que em nada pode Kardec acrescentar, e a mim cabe a disciplina interior de ler e analisar dentro da ética o que como Espirita posso ou não fazer em beneficio de outras pessoas.A lavada moral deixada por Kardec longe de educar os adeptos do Espiritismo fica relativamente escondida pois não é interesse geral que se divulgue tais aspectos, pois eles por si só derrubariam qualquer paradigma estabelecido à décadas atrás sabe-se lá com qual objetivo ``consciente´´ de proselitismo do orgulho.
                 Aprendi nestes quatro últimos anos a respeitar a crença e o trabalho sincero onde as pessoas depositam suas energias e tempo em beneficio do próximo, por quê ser expositor dar cursos pré montados é muito fácil, e nem sempre depende de um empenho além do tempo supérfluo,é dar as migalhas do nosso empenho pois dificilmente vemos as pessoas assumirem uma atividade que necessite de sua parte abrir mão do seu interesse material ou social.
                  Nietzsche possui uma frase interessante:  ``para me recuperar de mim, como para esquecer-me temporariamente, procurei abrigo em algum lugar, em alguma adoração,alguma inimizade, leviandade, cientificidade, ou estupidez; e também por que, onde não encontrei o que precisava, tive que obtê-lo à força de artifício, falsificá-lo e criá-lo poeticamente para mim...``   em ( Humano, demasiado humano, prólogo, p. 07 ). Se assim compreendermos a doutrina Espirita como ciência irmã do Magnetismo conforme bem explicado acima, pergunto então: Temem o que além de si mesmos?
       

                   2 - Sobre os precursores da Doutrina do Magnetismo, falaremos a nível de nos situar no tempo começando pelo estudo de forma generalizada dentro da história até o momento mais cientificista a partir do magnetismo vegetal. Conforme artigo publicado em (http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/passe/magnetismo.html) por Adilton Pugliese. E a esse respeito não nos estenderemos para não tornar um ciclo vicioso de repetição daquilo que já existe.

                  Existem relatos de que na civilização Egípcia, os sacerdotes faziam cirurgias que hoje ainda são consideradas complexas na medicina, o mais interessante é que sem anestesia, apenas por indução hipnótica, como atualmente se utilizam alguns ortodontistas. Uma rápida pesquisa na internet poderá sanar melhor a curiosidade a respeito do assunto.`` quanto a isso infelizmente não achei no momento algum material de fácil acesso, e apesar de já ter lido sobre isso não me recordo com exatidão onde e se lembrar remanejo a postagem.´´

                 Temos traços históricos do magnetismo e suas aplicações na antiguidade a partir da: Caldeia, Índia onde os magos ou brâmanes curavam pela aplicação do olhar estimulando a letargia e o sono, enfim averiguamos que o ato mistico ocorre em todas as épocas na humanidade onde alguns são explicados pelo senso  comum sem a pretensão de validar cientificamente mas mostrando ao populacho as condições míticas de aprendizagem  seja moral ou respeito aos iniciados na artes ocultas.
                 Mesmer pioneiro na área cientifica,basicamente foi o primeiro a qualificar e quantificar as experiencias do magnetismo animal, ``apos visita feita em, 1774 ao Padre Hell ``Jesuíta´´, Astrônomo, que curava através de ferros imantados, noticiava-se que Hell já havia curado uma Sra de uma doença cardíaca cronica e a si mesmo de reumatismo agudo´´. Criou seus próprios métodos   ridicularizados posteriormente porem de eficiência comprovadas, homem de visão ampla estimulava a criação de sociedades de magnetizadores com o objetivo social e não de proselitismo, pela sua dedicação a cura visava o maior alcance e com isso suas ideias tinham como foco principal o tratamento coletivo alcançando a maior quantidade possível de pessoas a um só tempo e a um só material magnetizado naquele momento. Um exemplo disso são as tinas:


Descreveu Puységur * (1784):


“O fundo da tina do senhor Mesmer é composto de garrafas arranjadas entre si de maneira particular. Acima dessas garrafas, coloca-se água até uma certa altura; varas de ferro, cujas extremidades tocam a água, saem dessa tina; e a outra extremidade, terminada em ponta, se aplica sobre os doentes. Uma corda, em comunicação com o reservatório magnético e o reservatório comum, liga todos os doentes uns aos outros; de modo que existe uma circulação de fluido ou de movimento que serve para estabelecer o equilíbrio entre eles. (...) Se desejar, utiliza-se uma vara de ferro, terminada em ponta, apoiada no meio da tina, que se pode tocar de tempo em tempo, ou de uma recarga que se pode operar à vontade, mantendo este movimento na direção dada; e por intermédio da corda que serve para ligar todos os doentes entre si, chega, como já disse acima, um combate, em cada indivíduo, pelo restabelecimento do equilíbrio, do fluido ou movimento elétrico animal.”
                Mesmer em explicações posteriores deixa claro que suas invenções visavam dinamizar o espaço que era restrito em seu pequeno apartamento e que os mesmos eram desnecessários em qualquer ocasião individual.
                 A questão da histeria observada nas atividades de  Mesmer, foi mal interpretada e ridicularizada pelos opositores da academia cientifica de sua época, normalmente a ridicularização de algo parte do ceticismo intimo a falta de compreensão de algo por não ser sensível a sua própria experiencia. Era incompreensível aos acadêmicos a questão de se magnetizar, tanto homens como objetos e se obter resultados semelhantes tanto de cura como os da histeria `` naquele momento Mesmer se utilizava ate mesmo de arvores onde as magnetizava e ali fixava cordas para que os doentes as aplicassem em seus pontos sensíveis´´.
                 Também se magnetizava a ÁGUA  e esta quando ingerida tinha sabor e temperatura diferenciada para cada doente, ``a esse respeito falaremos também em paradigmas no espiritismo´´.
                 Como toda doutrina em desenvolvimento, teve também seguidores  fiéis ao proposito e deles contamos um pouco do Marques de Puységur:
          

                 Puységur era um marques, homem abastado e filantropo. Abraçara as ideias de Mesmer por DILETANTISMO e por se ter apaixonado pelo magnetismo animal. Assim, enquanto Mesmer em Paris, atendia as elites parisienses, ociosas e ávidas de novidades, o marquês de Puységur, em Buzanci, acudia gratuitamente à pobreza, uma multidão procurava o marquês ao qual se esforçava por medicar seus clientes rigorosamente de acordo com as prescrições de seu mestre, a esse respeito, (http://www.universopsi.com.br/puysegur.pdf)
                 Considerado o descobridor do hipnotismo, Puységur relata sua descoberta a acadêmia cientifica, ``O marquês comunicou a sua descoberta à Academia de Medicina, chamando a atenção dos cientistas para a nova forma de curar através do sono induzido magnético. A Academia de Medicina mostrou-se interessada na questão e nomeou comissões para estudarem os casos. Uns relatórios foram a favor e outros contra, sem haver uma opinião unânime. Finalmente, em 1837, instituiu-se um prémio para se dirimirem as dúvidas. Mas, ao contrário do que se esperava, a prova não envolvia qualquer demonstração de cura pela hipnose. Ofereciam-se 3000 francos ao hipnotizador que apresentasse um sonâmbulo capaz de enxergar através de obstáculos opacos!
                 Jamais qualquer paciente passaria numa prova destas. Basta que se cite o exemplo da filha do dr. Pigaire, cuja clarividência havia sido atestada por Arago. A garota, de 12 anos apenas, cujos olhos foram totalmente vendados pelos experimentadores, mostrou que podia ver perfeitamente os objectos, mesmo nestas condições. Pois bem, o veredicto dos doutos acadêmicos foi contrário. Chegaram à conclusão de que embora rigorosamente blindados os seus olhos, a sua faculdade da visão não podia ser descartada por ter ela uma vista fisiológica normal; não era cega, logo...´´
                 E a questão do hipnotismo foi arquivada pela Academia (1). (http://www.universopsi.com.br/puysegur.pdf).

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